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ABNT desenvolverá norma sobre uso de resíduos como combustível

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou uma comissão de estudo em Mato Grosso para a elaboração de uma norma, com validade nacional, de padronização do uso de resíduos como combustível, informou o Diário Prime. A formalização foi entregue nesta terça-feira, 06, ao presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.

A Comissão de Estudo de Combustível Derivado de Resíduos (CE-177:003.001) inclui um grupo de trabalho específico para resíduos de madeira, que atende a uma solicitação da Fiemt e será coordenado por ela. A Comissão geral deverá ser instalada formalmente no início de abril. Ela faz parte do Subcomitê de Resíduos Sólidos, que integra o Comitê de Saneamento Básico da ABNT (CB-177). Em sua composição, devem ser incluídos, obrigatoriamente, representantes de fornecedores e consumidores do material, além de atores neutros – como estudiosos ou representantes de universidades.

A ABNT vai orientar todo o processo de elaboração da norma, que, além de valer para todo o país, vai subsidiar também a elaboração da norma internacional – uma vez que sua criação segue os padrões da ISO.

O vice-presidente do Conselho Deliberativo da ABNT, Mauro William Esper, destaca o ineditismo da inciativa e lembra da importância dessa normatização. “Estamos falando de um combustível que é biomassa, ou seja, carbono zero. Não gera efeito estufa”, destaca. Ele citou ainda o imenso potencial Mato Grosso no uso dessa energia, na qual o Brasil é pioneiro, com uma estimativa de geração anual de seis milhões de toneladas de resíduos. Esses resíduos – no caso da madeira, pó de serra, aparas, maravalha e outros – podem ser usados na geração de energia, em caldeiras, fábricas de cimento e esmagadoras de soja, por exemplo.

A criação da comissão foi comemorada pelo setor. O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Rafael Mason, participou da reunião e será o interlocutor da Fiemt com a ABNT para conduzir o grupo de trabalho específico da madeira. “Hoje, existe muita variação de formato, tamanho, umidade do resíduo. Com a criação da norma, será possível padronizar, pois existe mercado para comercialização”, afirma.

Para Jandir Milan, a normatização virá ao encontro da necessidade do setor de base florestal, pois a destinação do resíduo é hoje um de seus principais problemas. “Usando o resíduo como combustível, uma indústria pode gerar sua própria energia ou parte dela, ajudando a reduzir a despesa com um dos insumos mais impactantes no custo de produção”, destaca. Ele defende ainda a celeridade do processo. “Vamos trabalhar para que a comissão de estudo seja muito objetiva, de modo que esta norma esteja pronta em um ano”, conclui.

 

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